28 junho 2007

Voltar para casa

A rotina do dia-a-dia muitas vezes não nos deixa reconhecer a importância de pequenas coisas como um simples regresso a casa, depois de um dia de trabalho... Na terça-feira passada, estava eu de viagem para casa, vinda da Maia, e vinha a planear o que iria fazer quando chegasse a casa. Ia deitar a Maria, cantar-lhe a Lua (a cantiga que ela mais gosta para adormecer), dar o leite ao João, e depois, se ainda estivesse esperta o suficiente ainda iria passar uma roupita a ferro. Vinha eu nestes pensamentos quando de repente o trânsito pára à entrada da Ponte da Arrábida. Passados poucos segundos tentavam abrir caminho: um reboque da polícia, três ambulâncias, um carro do INEM, três carros dos bombeiros, incluindo um de desencarceramento, mais não sei quantos carros da brigada de trânsito. "Bonito" pensei eu... "Tenho aqui umas horitas de espera..." Dito e feito. Fora mesmo um acidente, e tão depressa não iriam remover o camião da estrada.
O que vale é que neste país à beira mar plantado há sempre iluminados, ou "chicos-espertos", que tentam "desenrrascar" a situação... Quando mal dou conta, e olho à minha volta, já estavam meia duzia de carros virados ao contrário, prontinhos para sair da VCI em contra mão pela entrada de acesso do Campo Alegre. "Ainda mais bonito..." pensei novamente... "Agora é que com uns virados para Sul e outros virados para Norte nunca mais daqui saio". Vai daí que os ditos iluminados começam a andar mas... eis que mais à frente se deparam com montes de carros abandonados, pois os seus proprietários, tinham ido apreciar o acidente. Ele há coisa melhor que assistir a um acidente?
Valeu-nos depois a intervenção da polícia que realmente lá achou que aquela seria a melhor opção para escoar o trânsito, enquanto não removiam o camião, e lá nos safámos todos por ali. O resultado é que depois estava o trânsito completamente congestionado na zona da Boavista. Valeu-me um aluno, que conhecia uma data de atalhos, e atrás dele lá me safei rapidamente, e voltei a conseguir entrar na VCI, desta vez no sentido da Ponte do Freixo, a caminho de casa, onde cheguei por volta da uma da manhã.

Durante esta cegada, falei para casa pelo telemóvel, para avisar do que se estava a passar. A Maria ficou super preocupada quando o pai lhe disse:
-"Sabes, houve um problema na estrada e a mamã está presa no trânsito..."
-"P'esa?"
E não queria adormecer enquanto eu não chegasse, mas o sono foi mais forte que ela...

Eu cheguei, dei-lhe beijinhos, e levei-a para a caminha dela. Depois peguei no João, dei-lhe beijinhos e o leitinho, que bebeu todo a dormir. A roupa, essa lá ficou no monte por passar.

Durante a noite a Maria chamou por mim três ou quatro vezes, e de manhã, quando acordou chamou por mim. Quando cheguei ao quarto perguntou:
-"Mamã... O que aconteceu-te?"

Felizmente não aconteceu nada comigo, apenas houve um atraso. Estas viagens dão cabo de mim...Tenho saudades deles e eles de mim... E quero chegar sempre depressa!

25 junho 2007

Bem Vindos


Para a Maria, que nasceu no passado dia 18 de Junho e, para o João Henrique que nasceu ontem, dia 24 Junho.

Para vocês, desejo apenas o mesmo, que desejo para os meus filhos.
Saude, alegria, generosidade, solidariedade, amizade, sinceridade e no meio disto tudo, uma pontinha de sorte! Que também é preciso...

Contradições

Sábado à noite:

Organizou-se uma sardinhada para comemoração do São João, com direito a fogueira e tudo.
Um amigo resolveu soltar o cão, ainda cachorro mas com uma força danada. Habituado a estar preso, o bicho ao ver-se livre, com tanta gente para brincar, só estava bem a atirar-se a todos e mais algum. A Maria tratou logo de se ir refugiar no colo da minha mãe, que ameaçou logo que lhe ia dar um pontapé:
-"Ó Mimi, faz-lhe só assim com o pé, mas não lhe batas..."

Quando viémos embora e porque estávamos a cerca de 300 metros da nossa casa, o Ivo levou-a no colo dele para que ela conduzisse. Ao entrar no carro, e com um olhar maroto diz ao pai a seguinte frase:
-"Então? Matamos o Joly?"

Finalmente

já temos a licença de habitabilidade na mão... Ao fim de muitas horas de espera e muita paciência nas repartições publicas, legalmente podemos ocupar* a nossa casa nova.

* Assim que me aplicarem TODOS os apetrechos que faltam nas casas de banho. E quando digo TODOS é mesmo TODOS. Haja paciência!

19 junho 2007

Serviço Publico

Realmente quem tem de tratar de algum assunto nas repartições publicas, as quais tenho frequentado bastante nos ultimos dias, devido à conclusão da minha casa, depara-se sempre com alguem indisposto com a forma com que são tratados ao serem atendidos, ou devido ao modo de funcionamento das mesmas. Hoje, depois de ter passado quase 1 hora nas Finanças para registar a minha casa, lá me dirigi para a Conservatória do Registo Predial, para fazer a mesma coisa...
E gostei do que vi! Passados alguns minutos depois de chegar, apercebo-me que estava um senhor muito impaciente e desagradado pela forma como tinha sido tratado:
-"Pelo incompetente que me atendeu, e que me fez perder 2 horas nesta conservatória, quando o homem não fez mais nada, a não ser cagadas a manhã inteira! Metam-me este homem a tirar fotocópias se ele for ao menos capaz disso e, tirem-no do atendimento ao publico!"
Hilariante! Se calhar se todos reagissemos assim,e usássemos o nosso direito de reclamar no livro amarelo, as coisas funcionassem melhor. Parabéns ao senhor de que falo, que foi capaz de chamar os bois pelos nomes (principalmente na parte das cagadas!!!)

De volta à Maia...

...por mais duas semanas. De novo as chegadas a casa às 11 horas da noite. Felizmente que é só até ao final deste mes.

18 junho 2007

Fim de semana

Rai's parta o tempo, mais a chuva e mais o vento... Mas quando é que o Verão vem mostrar quem é que manda nesta altura do ano?
O sábado foi triste, triste, com chuva, e mais chuva. O céu tão cinzento e carregado, que fazia mesmo lembrar Dezembro, não fosse a temperatura quente e o ar abafado.

Ontem felizmente o dia lá se aguentou, e pudémos levar os meninos à praia. A Maria deu-lhe um subito ataque de saudades de brincar na areia com "as minhas coisinhas". Lá foi então procurar a mochila com os baldes, pás e afins de brincar na areia. Ela e o pai, os dois na despensa... Tarefa bem sucedida, e toca a enfiar a tralha toda; baldes, pás, bolas, miúdos e graúdos e ala que se faz tarde antes que chova outra vez.

Chegados à praia, fomos recebidos pelo vento, tão frequente nas nossas praias. Para contornar isto só podiamos mesmo ir para a prainha da Meia Laranja, ao lado do Farol da Barra, que ainda é mais ou menos abrigado. Toca então a deixá-los brincar, encherem-se de areia, fazer bolinhos, castelos e ver o mar. O Ique estava entusiasmadíssimo. E a Maria deliciada, com os pés descalços a sentir a areia, como ela tanto gosta.

No fim da brincadeira, uma passagem pelo parque infantil logo ali ao lado e terminámos a tarde da melhor forma. As natas da Gelataria Atlântida, na Costa Nova, são realmente uma delícia!

15 junho 2007

Papá...

... é a primeira palavra que o João diz, perfeitamente. Apesar de o papá ainda não ter ouvido, pois ele teima em só a dizer quando o pai não está presente.

Ontem, depois de lhe calçar os sapatos, começou a querer tirá-los. Como não é normal, pois a primeira coisa que quer fazer é calçar-se para poder ir para o chão, achei que a meia o poderia estar a magoar (ainda não percebi porque põem costuras tão grossas nas meias de criança. bem lhas calço do avesso mas...) Descalcei-o, verifiquei se tinha alguma coisa dentro do sapato e, como achei tudo normal voltei a calçá-lo. Voltou a querer descalçar-se e, começou a apontar para as sapatilhas. Foi então que percebi tudo. Então não é que o "besnico" de 17 meses já quer escolher o que quer calçar? Um aceno de cabeça, foi o que recebi, quando lhe perguntei se queria calçar as sapatilhas. Como não lhe fiz a vontade, enquanto ajudava a Maria a vestir-se não parou de andar á minha roda com as sapatilhas na mão...

Querem lá ver que até já a formiguinha tem catarro?

Xlap xlap...

- Obigada mamã, eia mesmo isto que eu queia!!!
De olhos brilhantes, sorriso de orelha a orelha, com umas havaianas na mão...
Pequenas coisas que tornam os nossos filhos tão felizes...
Agora em vez de Toc Toc, o que se ouve é Xlap, Xlap!

Medos

As aulas de natação estão a acabar. A partir da próxima semana, as minhas quartas-feiras, vão passar a ter um final de dia mais calmo, e sem as correrias de ter que levá-los sozinha, ou acompanhada. E foi graças ao pai Pardal e ao filho Toti que a Maria, finalmente perdeu o medo de mergulhar. O Toti, é um autêntico peixe (ou não passasse ele a maior parte dos fins de semana no mar...) e a Maria, para não ficar atrás, lá se enche de coragem e enfia-se toda dentro de água. Na quarta feira passada além dos inumeros mergulhos, descobriu que já chegava com as pontitas dos pés ao fundo da piscina. Foi uma grande façanha, correr a piscina aos pulinhos. Por um lado estou contente por as aulas estarem a terminar, mas por outro, ela agora estava a ir tão bem, sem medos, que tenho pena que haja uma nova interrupção, e que no próximo ano ela já tenha novamente medo de mergulhar. Resta-nos incentivá-la durante as férias, na praia ou na piscina.

13 junho 2007

Diferenças

Na hora de deitar:

João Henrique:
21h30 - 22h00. O sono começa a dar sinais... Pergunto:
- João vamos para a caminha, fazer ó-ó?
Recebo como resposta um aceno de cabeça ( está muito preguiçoso para falar)
- Então vá, vai dar beijinho e vamos para a caminha.
Dirige-se a toda a gente, a dar beijinhos no ar e nas pessoas. Quando termina dirige-se para mim, estende os bracinhos para que lhe pegue ao colo, e levo-o para o quarto. Dispo-o, mudo-lhe a fralda, visto-lhe o pijama, pego-lhe ao colo, e passados 2 minutos está a dormir. Se alguma vez fico com ele ao colo mais que o tempo normal, distraída a ver algum programa na tv, começa a contorcer-se para que eu o coloque na caminha dele... Depois, é um soninho só até ao dia seguinte.

Maria Manuel:
22h30 - 23h00. É escusado que não conseguimos que se deite mais cedo. Em parte devido aos dias a que dou aulas à noite e, não se deita sem que eu chegue.
- Maria vamos para a caminha.
- Ó só mais um bocadinho...
- Não Maria, está mais que na hora.
- Mas é só lei mais este livinho...
- Não, chega de leituras agora. Vamos para a caminha.
- Mas o papá ainda não fez os leitinhos...
- Sim, mas ele faz e tu vens já comigo para cima.
- Mas eu quero ajudar o papá...
- Não, o papá não precisa de ajuda. Vamos indo preparar-nos para dormir e o papá vai já lá ter...

Ás vezes consigo convencê-la, outras vezes (a maior parte) não... Outras vezes, cisma que é o pai que a leva e, fico eu a preparar os biberons... Enfim, uma carga de trabalhos para a levar para a cama. Chegados ao quarto, bebe o leite na nossa cama, e passados 5 minutos dorme. Quando está bem ferradinha, passa para a cama dela. Ultimamente com o calor, após beber o leitinho, pede para ir para a cama dela que tem calor.

Toc toc

É o som mais caracteristico nos ultimos tempos cá em casa. A Maria não tira as minhas Havaianas dos pés, o que me anda a deixar um pouco doida...
É que além do barulho (que no fundo nem é o que me incomoda mais) é a inquietação de que ela se despenhe pelas escadas abaixo, ao descê-las com as ditas sandálias enfiadas naqueles pezinhos fofos. E não há maneira de a convencer do contrário.

11 junho 2007

A sussurrar...

8h da manhã, a Maria para o pai...
-"Papá, papá, faz favoi vai buscá-me um pouquinho de aguinha que eu tou com tossinha e a aguinha faz passai a minha tossinha tá bem papá?"

Falsas modéstias

Não, não vou ser modesta, hoje não. No que toca aos meus filhos confesso que sou mesmo uma mãe babada. E tenho razão!

Nos ultimos dias pode dizer-se que tivémos uma vida social um pouco agitada, misturada com umas febres do Ivo e da Maria, que entretanto foram controladas, o que nos permitiu comparecer aos nossos compromissos.

Sábado:
Churrasco comemorativo da abertura da época balnear, na "Pixina Maison Tá-se Bem" em casa do Nélito e da Gena. Sozinha com os dois até às 3 horas, pois o Ivo teve que trabalhar e depois ficou a descansar um pouco, para controlar a febre. Não foi fácil, pois nem era para lhes dar o almoço, nem era para controlar a Maria na piscina, nem era para correr atrás do João, com medo que caísse à água. Valeu-me a ajuda dos amigos, e da minha filha querida, que foi super obediente. Ao final da tarde as palavras que mais ouvi foram:

-A Maria está uma mulherzinha... Porta-se muito bem, já podes deixá-la ficar sozinha que não dá trabalho a ninguém. Come bem, já se veste sozinha, calça-se sozinha, é obedidente... E o João é muito maroto, mas muito querido e meigo.

Tenho ou não tenho razões para ser uma mãe babada?

Domingo: Batizado da Maria Teresa. O Ivo já esteve sempre presente, o que é bom para os dois... Cada um toma conta de um deles. Mais uma vez a Maria portou-se lindamente, de tal forma que fez uma nova amiga, a Catarina, com 5 anos, que lhe emprestou um boneco, e sempre que ela o queria de volta, a Maria deixava-o imediatamente. Resultado final... A Catarina, ofereceu-lhe o boneco.
-Olha podes ficar com ele e levá-lo para tua casa.
E os olhos da Maria arregalaram-se e sorriu...

Hoje de manhã:-Bom dia Maria. Já são horas de acordar.
-E hoje vou à escolinha?
-Sim filhota.
-E já não tenho febe?
-Não...
-E sabes uma coisa mamã? Tenho que dize-te uma coisa muito impotante...
-Diz...
-Amo-te

Tenho ou não tenho razões para ser uma mãe babada? Claro que tenho! Sou uma mãe muito babada!!

08 junho 2007

O Espectáculo vai começar

E fomos nós para o Porto. A Maria, o João, a mamã Guida e o papá Ivo.
Ficámos na terceira fila, o que possibilitou que os dois conseguissem ver bem o que se estava a passar e a observar todos os pormenores...
-"Mamã, poque é que a Leopoldina não fala? Ela quase não mexe a boca..."

Do princípio ao fim, tanto um como outro não pararam de dançar.
O João Henrique estava completamente encantado. Dançava, batia palmas,e levantava os bracitos a aplaudir, de cada vez que acabava uma canção. Confesso que me surpreendeu. Não imaginei que iria prestar tanta atenção...
A Maria também não parou de cantar, uma vez que o DVD já foi visto mais de mil vezes...
-"Coitadinha da Tatauga bebé..."

No intervalo não queria sair com medo que não pudesse regressar para ver a segunda parte.

Pormenor:
À cautela, e para não perder pitada, pediu em casa que queria levar fralda, para depois não ter que ir à casa de banho...

06 junho 2007

Ainda o Dia Mundial da Criança

Diante de uma crianca
Como fazer feliz meu filho? Não há receitas para tal. Todo o saber, todo o meu brilho de vaidoso intelectual vacila ante a interrogacão gravada em mim, impressa no ar.
Bola, bombons, patinagem talvez bastem para encantar?
Imprevistas, fartas mesadas, louvores, premios, complacências, milhões de coisas desejadas, concedidas sem reticências? Liberdade alheia a limites, perdão de erros, sem julgamento, e dizer-lhe que estamos quites, conforme a lei do esquecimento?
Submeter-se a sua vontade sem ponderar, sem discutir? Dar-lhe tudo aquilo que há-de entontecer um grão-vizir? E se depois de tanto mimo que o atraia, ele se sente pobre, sem paz e sem arrimo, alma vazia, amargamente?
Não é feliz. Mas que fazer para consolo desta crianca? Como em seu intimo acender uma fagulha de confianca?
Eis que acode meu coracão e oferece, como uma flor, a docura desta licão: dar a meu filho meu amor. Pois o amor resgata a pobreza, vence o tedio, ilumina o dia e instaura em nossa natureza a imperecivel alegria.

(Carlos Drummond de Andrade)

Mais uma ida ao hospital

Desta vez foi com o João Henrique. Madrugada de segunda-feira, 3 horas da manhã, 40 graus de febre que não queriam ceder, acompanhadas de diarreia, que deitou fora o Ben-U-Ron.
Estabilizaram a temperatura, recomendações para vigiar, no dia seguinte em casa, e a partir da hora do almoço a febre desapareceu.
Serão os quatro dentes que estão a nascer em simultâneo?

Desilusão...

-"Foi só isto? Eu queia te feito mais coisas..."
A Maria à saída do hospital, depois de termos lá voltado por causa do derrame no olho, onde apenas lhe viram a córnea...
(problema solucionado e o olho já voltou ao normal)

As nossas (verdadeiras) férias de Verão 2020

Uma vez que estávamos de praias fechadas e limitações nas deslocações pelo país pouco mais pudémos fazer do que ficar em Tanger. Para variar...