A rotina do dia-a-dia muitas vezes não nos deixa reconhecer a importância de pequenas coisas como um simples regresso a casa, depois de um dia de trabalho... Na terça-feira passada, estava eu de viagem para casa, vinda da Maia, e vinha a planear o que iria fazer quando chegasse a casa. Ia deitar a Maria, cantar-lhe a Lua (a cantiga que ela mais gosta para adormecer), dar o leite ao João, e depois, se ainda estivesse esperta o suficiente ainda iria passar uma roupita a ferro. Vinha eu nestes pensamentos quando de repente o trânsito pára à entrada da Ponte da Arrábida. Passados poucos segundos tentavam abrir caminho: um reboque da polícia, três ambulâncias, um carro do INEM, três carros dos bombeiros, incluindo um de desencarceramento, mais não sei quantos carros da brigada de trânsito. "Bonito" pensei eu... "Tenho aqui umas horitas de espera..." Dito e feito. Fora mesmo um acidente, e tão depressa não iriam remover o camião da estrada.
O que vale é que neste país à beira mar plantado há sempre iluminados, ou "chicos-espertos", que tentam "desenrrascar" a situação... Quando mal dou conta, e olho à minha volta, já estavam meia duzia de carros virados ao contrário, prontinhos para sair da VCI em contra mão pela entrada de acesso do Campo Alegre. "Ainda mais bonito..." pensei novamente... "Agora é que com uns virados para Sul e outros virados para Norte nunca mais daqui saio". Vai daí que os ditos iluminados começam a andar mas... eis que mais à frente se deparam com montes de carros abandonados, pois os seus proprietários, tinham ido apreciar o acidente. Ele há coisa melhor que assistir a um acidente?
Valeu-nos depois a intervenção da polícia que realmente lá achou que aquela seria a melhor opção para escoar o trânsito, enquanto não removiam o camião, e lá nos safámos todos por ali. O resultado é que depois estava o trânsito completamente congestionado na zona da Boavista. Valeu-me um aluno, que conhecia uma data de atalhos, e atrás dele lá me safei rapidamente, e voltei a conseguir entrar na VCI, desta vez no sentido da Ponte do Freixo, a caminho de casa, onde cheguei por volta da uma da manhã.
Durante esta cegada, falei para casa pelo telemóvel, para avisar do que se estava a passar. A Maria ficou super preocupada quando o pai lhe disse:
-"Sabes, houve um problema na estrada e a mamã está presa no trânsito..."
-"P'esa?"
E não queria adormecer enquanto eu não chegasse, mas o sono foi mais forte que ela...
Eu cheguei, dei-lhe beijinhos, e levei-a para a caminha dela. Depois peguei no João, dei-lhe beijinhos e o leitinho, que bebeu todo a dormir. A roupa, essa lá ficou no monte por passar.
Durante a noite a Maria chamou por mim três ou quatro vezes, e de manhã, quando acordou chamou por mim. Quando cheguei ao quarto perguntou:
-"Mamã... O que aconteceu-te?"
Felizmente não aconteceu nada comigo, apenas houve um atraso. Estas viagens dão cabo de mim...Tenho saudades deles e eles de mim... E quero chegar sempre depressa!
2 comentários:
Boas, é só para dizer que devoro o seu blog pois adoro as suas postagens, e revejo-me em muitas delas tb tenho uma filhota
Olá Nuno. Obrigada pelo seu comentário e seja sempre bem-vindo.
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