02 novembro 2007

Parabéns Papá!

Seriam estas as primeiras palavras que te diria, se pudesse estar contigo hoje. E estas palavras seriam acompanhadas com o abraço e os beijos que sempre trocámos quando estávamos juntos. Hoje, completarias 62 anos de vida. Completarias, pois a vida é madrasta, e a doença venceu, antes mesmo de chegares aos 58 anos. E antes do nascimento da tua primeira neta. Quando partiste, tinhas a esperança de que seria um neto, pois era o que mais querias, mas cedo te apercebeste de que não iria dar tempo... De que não conseguirias aguentar-te até ao final da minha gravidez.
Queria muito ter podido dar-te a notícia de que seria menina, mas partiste no dia antes de fazer a ecografia, que foi adiada, pois o dia foi guardado para te acompanhar e estar contigo o ultimo dia.

Pensei também sobretudo em ti, no dia que nasceu o João Henrique. O teu tão desejado neto, e queria muito que tivesses estado lá comigo...

Tenho muitas saudades... Sinto a falta da tua constante boa disposição, das tuas piadas, das tuas brincadeiras, dos beijos e dos abraços que me davas. Nunca tiveste vergonha de manifestar esse teu lado carinhoso, e por isso muitas vezes me abraçavas onde quer que fosse. Ainda consigo lembrar-me do teu cheiro. O cheiro das tuas mãos que me acariciavam a cara...

Sonhei apenas uma vez contigo. E esse sonho foi uma doce e serena despedida. Depois caminhaste, foste embora, e nunca mais sonhei contigo. Tenho pena...

À Maria e ao João, falo em ti, apenas esporádicamente. Acho que ainda não consigo explicar, sobretudo à Maria, porque é que não vamos à casa do avô Zé, nem o avô Zé nos visita. Por isso ontem no cemitério, ela não te reconheceu á primeira, na fotografia. Um dia mais tarde, quando ela (e o João) conseguirem compreender melhor, vou-lhes contar as nossas brincadeiras, as nossas viagens, as tuas aventuras, as tuas piadas, e sobretudo o teu lado humano e bem disposto, sempre de bem com a vida. Assim como da tua força e coragem enquanto estiveste doente. Nunca desanimaste...

Adoro-te papá e continuo a ter muito orgulho em ser tua filha.
Até sempre, pois sei que me acompanhas.

7 comentários:

Rita disse...

Há dias assim... mas temos que ter capacidade para nos alegrarmos... mas também quem sou eu para falar, não é?

Um grande beijinho

Paula Sofia Luz disse...

Um beijo para ti.

Anónimo disse...

Não queria deixar de passar por aqui sem registar neste teu (nosso) documento o quanto te admiro quanto à forma como vives esta partida do teu Papá. Quanto ao Avô Zé, também sempre o Avô Zé, acredito com muita fé que tambem ele participa de uma forma muito activa no crescimento dos nossos filhotes maravilhosos. Tenho a certeza que um dia eles saberam agradecer-lhe esse facto.
Amo-te muito, e preciso que continues a ser como és.

celia disse...

Tal como tu também eu fiquei sem o meu pai. Foi há 5 anos e ainda hoje eu sinto, principalmente nas situações boas que a vida me proporciona (e são muitas) que a presença dele é constante!
Vejo muitas vezes no sorriso do meu Pedro, o do meu pai e sinto uma tranquilidade enorme quando penso nele. Penso nele todos os dias e sei que está sentado numa nuvem, que me protege a mim e aos meus filhos.

Unknown disse...

O bom da vida é podermos recordar o que é realmente bo!

Nvendas disse...

até fiquei arrepiado,pois a coisa que gosto de ler neste blog pq tb as sinto só que não consigo escrevelas ou melhor exprimi-me

Anónimo disse...

Guidinha!!!
Li com muita emoção a tua mensagem ao "Aniversário do Papá".
Sei que onde quer que ele esteja a leu no teu coração... Foi sempre um bom" Pai um Amigo".
Mas a vida é isto mesmo,são as flores mais lindas no jardim de Deus aquelas que ele colhe primeiro,foi o caso.
Ficaram as boas lembranças ,todos oa miminhos as brincadeiras que ainda hoje e sempre vais recordar ,pela vida fora.
Um dia todos faremos parte numa outra vida ,essa vida em que nós acreditamos...
até lá fica a SAUDADE...
Beijinhos minha filha

As nossas (verdadeiras) férias de Verão 2020

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