05 novembro 2008

A minha agenda

Quando era adolescente, sonhava em ter uma vida atribulada, ocupada, e uma agenda sempre preenchida. Foi no Natal de 1993, que a minha melhor amiga me ofereceu uma daquelas agendas todas giras, com argolas e separadores, e divisórias para os cartões, o famoso "Filofax". Lembro-me que naquela altura fiquei radiante e tudo anotava no dito Filofax. Até os numeros de telefone e as datas de aniversário, que estavam mais que memorizadas na minha cabeça, mas tudo servia para encher as (muitas) folhas, e não fosse algum dia dar-me uma amnésia bruta daquelas de esquecer até o meu próprio nome. E aquilo tinha uma grossura brutal, e um peso na minha mala, que até desconfio que foi aí que começaram as minhas dores de costas.

De lá para cá, curiosamente cada vez procuro mais agendas o mais fino possível, o mais leves possível, mas desgraçadamente, agora que anseio por ter as folhas mais desimpedidas, é tarefa impossivel. Aliado ao meu horário carregado (e graçasadeus que o dinheiro não cai do céu) dou por mim a ter que escrever as tarefas mais básicas como mandar a carta X para Y, telefonar para tal parte para marcar qualquer coisa, ou até para anotar o que as educadoras dos meninos pedem para levar no dia seguinte. É que de outra forma, sem o fazer, passa-me completamente ao lado. Lá está... A teoria da amnésia está prestes a concretizar-se. E agora, em vez de folhas a mais, falta-me espaço para escrever tudo o que preciso.

De repente ocorre-me que a próxima coisa a fazer é anotar na minha agenda 2008: "Comprar agenda para o próximo ano!"

4 comentários:

Ana disse...

Como te compreendo....

Bjs

Paula Sofia Luz disse...

Também tive um filofax!

Unknown disse...

O ideial era deitarmos as agendas fora. Se fazemos o que lá está escrito,logo(sem ser o seguro) deixaríamos de ter que nos preocuparmos.

ângela disse...

A mim aconteceu-me exactamente o mesmo. Antes acho que até inventava coisas para lá escrever, agora tenho que apontar todas as insignificâncias para não me esquecer delas e suspiro pelas páginas em branco...
Beijinhos.

As nossas (verdadeiras) férias de Verão 2020

Uma vez que estávamos de praias fechadas e limitações nas deslocações pelo país pouco mais pudémos fazer do que ficar em Tanger. Para variar...