Quase nas vesperas de irmos de férias conhecemos através da Mimi e do Khalid, o Buddy. Um cão super amoroso, educado e à procura de uma nova familia, pois os donos queriam adoptar um labrador e não podiam ficar com dois cães.
Fez-me imensa confusão como uma familia tinha um cão tão bem tratado, que tinha aulas de obediência e comportamento todos os fins de semana e tantos cuidados com o animal, de um momento para o outro se quizesse "desfazer" do pobre Buddy só porque o filho do meio queria afinal um cão maior.
Assim que a Mimi nos contou o caso, o Ivo disse logo que ficavamos com o cão. Os miudos ficaram super contentes e decidiu-se então que no dia seguinte eu ia buscar o cão para nossa casa.
A familia era adoravel e o cão super meiguinho, veio logo para o meu colo, mas... a filha mais pequenina dos donos ficou num pranto quando me viu sair com o Buddy no carro...
Combinamos então que ficavamos com o Buddy até nós irmos de férias a Portugal e que depois o Buddy voltava para eles enquanto nós estivéssemos em Portugal, porque também ja não iamos ter tempo de preparar o passaporte do Buddy nem para a quarentena que teria que fazer depois de levar (novamente) a vacina da raiva.
Quando voltassemos de férias, o Buddy voltava para nós.
O cão adaptou-se a nós na perfeição. Super bem educado, não fazia nada em casa, era muito sossegado e muito meigo e ganhou-me um amor inexplicavel... O João tirava-lhe fotos cada vez que eu saía de casa, em que ele se deitava à porta a "chorar" e ficava la à minha espera até eu regressar, e de todos nós o Buddy só me obedecia a mim.
Mas havia um problema grande... o Buddy não gostou da nossa Hasnae! No dia que o fui buscar mandei uma mensagem à Hasnae para avisa-la que não se assustasse no dia seguinte quando chegasse a casa que tinhamos la um cão, ao que ela me respondeu que não tinha problema pois ela adorava cães. Fiquei descansada, pois os muçulmanos não gostam de cães...
No entanto, no dia seguinte quando ela chegou o João estava com o Buddy na cozinha. A Hasnae entra, começa a fazer-lhe festinhas e de repente ele começa a ladrar e a querer morder-lhe! O João ficou super aflito e levou o Buddy para o Terraço para que a Hasnae pudesse trabalhar e limpar a casa...
Quando eu cheguei tentei que o Buddy se aproximasse da Hasnae e eu abraçava-a para ele ver que ela era da casa, os miudos abraçavam-na também mas... nada feito... cada vez que o largava ele atirava-se a ela...
Depois de falar com a dona dele, descobri que o Buddy normalmente não tinha permissão para entrar em casa e ficava sempre no jardim e por vezes a empregada da Lamiae o ameaçava com a vassoura. Na minha opinião quando os donos não estavam a empregada era bem capaz de lhe bater mesmo com a vassoura, por isso ele deve ter associado a nossa Hasnae à empregada da outra familia.
Bem, o Buddy ficou alguns dias mais conosco mas era um circo autêntico porque era a Hasnae fechada na cozinha e o Buddy fechado no quarto, era a Hasnae a limpar o salão e o Buddy fechado no terraço, mas isso só era possivel porque os meninos como estavam de férias estavam em casa e podiam fazer esse jogo de trancar o Buddy em varios sitios enquanto a Hasnae fazia a limpeza...
Entretanto do lado de la, da outra familia a filha mais pequenina tinha cada vez mais saudades do Buddy a cada dia que passava... De maneiras que 2 dias antes de irmos de férias para Portugal fui levar o Buddy novamente a sua antiga familia, pois não estava a ser bom para nenhuma das partes...
Eu tinha o problema que ele se atirava e atacava a Hasnae, eles o problema que a menina morria de saudades do Buddy...
E foi assim com muita pena que fomos de férias para Portugal e quando voltamos a Tanger, o Buddy ja não voltou para nossa casa...
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