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19 outubro 2017

Dos incêndios outra vez... e da força de pessoas tão especiais...

No domingo passado não queria acreditar o que o ecrã da televisão mostrava... quatro meses depois da grande tragédia de Pedrógão Grande, Portugal passou por mais outra tragédia em que mais 44 pessoas perderam a vida...

E pouco a pouco a comunicação social ia relatando e divulgando imagens, locais e numeros onde a tragédia se tinha feito sentir mais. E era tanta informação, tantos casos, e o numero de mortos cada vez a aumentar mais... 

Já aqui contei a nossa experiência, que não foi absolutamente nada comparado com o que se passou no domingo, mas que me deixa completamente angustiada ao ver as imagens do inferno que se transformou o meu país naqueles dias. E mais angustiada e triste fiquei ao saber que uma amiga minha também tinha sido afectada pela tragédia...

Fiquei mesmo triste quando ela me confirmou que sim, que uma das suas empresas tinha ardido por completo. E se eu já admirava a minha amiga Lucilia, depois de ter passado a maior das dores, há seis anos atrás, passei a admirá-la ainda mais pela força e coragem mostrada agora com esta situação quando me escreveu: 
 "Estamos de saude que é o mais importante e com menos uma empresa que ardeu. Mas a vida é assim... Vamos ao trabalho"

A ministra já se demitiu, a moção de censura já foi apresentada, mas o que realmente gostava era que nada disto tivesse sido preciso, pois nada disto vai devolver a curto prazo o trabalho aos 140 funcionários da minha amiga, nem as casas, nem os animais às pessoas que tudo perderam, nem tão pouco a vida aos que infelizmente não tiveram como escapar do monstro que tomou as aldeias e cidades de grande parte do meu país.

Espero, mas espero mesmo que se faça uma reflexão muito séria de todos estes acontecimentos e gostava que todos os partidos se unissem no sentido de encontrar politicas de prevenção exequíveis, de forma a que nenhuma vida mais fosse sacrificada, em vez das acusações e aproveitamentos políticos que ainda ontem assisti no debate directo da Assembleia da Republica. Trata-se da vida das pessoas caramba!!! Esta situação é devida a erros atrás de erros inflinjidos pelos governos de pelos menos das ultimas duas décadas. Então não fujam às suas responsabilidades, todos os partidos e unam-se no sentido de encontrar soluções que protejam as pessoas, propriedades e animais, sejam eles domésticos, sejam selvagens que habitam as nossas florestas!

20 junho 2017

Dos incêndios

Tenho assistido pela televisão a tragédia que aconteceu em Portugal com o incêndio de Pedrógão e não tenho palavras para exprimir o sentimento de dor, pena e solidariedade para com as pessoas envolvidas, desde as vítimas, familiares, habitantes, bombeiros... enfim, toda a gente que viveu e assistiu àquele inferno...

Sei por experiência própria, ainda que numa dimensão que não tem nada a ver com o que se passou em Pedrógão, o medo, o pânico e o sentimento de impotência perante o monstro que é o fogo. No verão passado tive a experiência de o ter também à porta de casa. 
O que começou com um pequeno foco transformou-se num imenso susto.

Uma manhã começamos por ver umas colunas de fumo na nossa zona. Nesse dia íamos almoçar aos meus sogros e tinhamos previsto uma tarde de cinema com os miudos. Antes de irmos para casa dos meus sogros resolvemos verificar por onde andava o fogo que tinha originado as colunas de fumo que tinhamos visto de manhã. Não estava assim tão perto da nossa casa e ainda estava do outro lado do rio. "Não chega lá" disse-me o Ivo para me tranquilizar... 

No fim do almoço chego-me à janela da sala e nem queria acreditar onde o fumo já estava. "Está na direcção da nossa casa e não deve andar muito longe", disse eu.
Metemo-nos no carro deixando os meninos com os meus sogros e fomos ver o que se passava. Chegámos a casa e não vimos nada mas continuamos mais 600 metros e lá estava ele, a ameaçar a casa de um vizinho nosso.

Só me lembro de ver outros vizinhos com moto-serras na mão, que tinham acabado de cortar alguns pinheiros que poderiam colocar a casa em risco e ouvir gritos. Muitos gritos de aflição! Uns a pedir agua, outros a pedir que ligassem novamente para os bombeiros, outros de horror mas os que mais me impressionaram foram os da minha vizinha, desesperada que não encontrava a filha. Afinal a moça já com 16 anos tinha resolvido por os cães a salvo, levando-os para casa de familiares e na pressa não avisou a mãe onde ia...

Foi a primeira vez na minha vida que tinha estado tão próxima de fogo e que tinha tremido de medo e impotencia por esta razão...







Aqui o reencontro entre mãe e filha

Com a chegada dos bombeiros e a ajuda dos vizinhos o fogo foi apagado, a casa ficou a salvo e o fogo continuava lá mais atrás nuns pinhais. 
"Agora é deixar arder", diziam os bombeiros... "Ali não conseguimos chegar. Vamos ficando por aqui só para salvaguardar as casas"

Pareceu-nos que a coisa tinha acalmado, que estava tudo controlado e fomos buscar os meninos e levámo-los ao cinema...
Quando voltámos para casa estava outra vez impossivel... Desta vez, estava a 300 metros, por tras de uma fabrica que fica perto... Os bombeiros vieram ter conosco e o unico que nos disseram foi: "Não temos mais efectivos, precisamos da vossa ajuda. Cada proprietário tem que proteger o melhor que pode as suas casas". Perante aquilo pegámos nas mangueiras e começámos a regar todo o jardim, os telhados e as árvores... De vez em quando eu subia à varanda do primeiro andar para ver como estavam as coisas e como evoluía e assustava-me muito ver as folhas de eucalipto a arder, a voar em varias direcções, o que podia provocar outros focos de incendio muito rapidamente.

Estivémos até às 6 e meia da manhã de pé, de vigia, até que por aquela zona o fogo foi apagado...
Os meninos não sairam de casa. Tentámos acalmá-los sem nunca lhes demonstrar a verdadeira dimensão do fogo que estava ali mesmo ao lado de casa. Mesmo assim eles estavam super assustados e pediram-me que queriam dormir conosco. A minha afilhada Filipa também estava conosco. Foram buscar os colchões de campismo e montaram acampamento no meu quarto nessa, e nas duas noites que se seguiram.


Esta foto foi tirada do meu jardim, na noite que ficámos de vigia.


Esta foto foi já no dia seguinte... Ainda ardia mas mais longe...

17 janeiro 2017

Do Natal de 2016 :)

 Ainda me faltava aqui contar como tinha sido o nosso Natal!

Primeiro situemo-nos no tempo... 22 de Dezembro, o dia que é suposto viajar para Portugal.
Vamos no barco das 17 pensei eu... No dia anterior fiz a mala dos miudos e "alinhavei" a nossa.
Era o "English Day" na escola da Maria, e ela tinha preparado uma dança com um grupo de amigas. 
- Tens que ir ver mãe, tens que ir ver!! Este ano é o primeiro ano que abrem esta festa aos pais, tens que ir ver...
Não tive como negar... Durante o tempo entre que eles sairam para a escola e as 11 da manhã, que era a hora a que tinha que estar na Escola para assistir à Festa do English Day, fui ao banco carimbar uns papeis e fui depois entregá-los ao contabilista. Fui a correr para casa e consegui arrumar o necessaire com as coisas da casa de banho.
Chegadas as 10h50 lá fui eu... A festa durou até às 12h45. Por volta das 12 o Ivo manda-me uma mensagem a dizer: 
- Vamos no barco das 15h00!!! 
Paniquei!!! Ainda tinha que fazer o almoço para os miudos e terminar as malas!!!
Ao sair da escola com a Maria vem a Directora dizer que não podia levar a aluna, que só depois das 13h00!!!
 - Senhora Directora desculpe-me, com o devido respeito mas tenho que apanhar um barco às 15h00 portanto não posso esperar nem mais um minuto. Tome nota que a aluna saíu na companhia do encarregado de educação e se tiver que assinar algum papel, assinarei na volta. Desejo-lhe um bom Natal e até para o ano.
Empurrei a Maria porta fora e nem dei tempo à Senhora Directora dizer mais nada!! Ehehehehe
Correria até casa e felizmente o João já lá estava. Preparo uma esparguete à bolonhesa a correr e acabo de arrumar o resto da mala, o saco dos sapatos e as tralhas que vêem sempre...
Eram 14h50 quando chega o pai recolher a malta toda! Carrega o carro a correr e toca a andar para o Porto. Chegamos a tempo e sim... ainda apanhamos o das 15h00.

O resto dos dias até ao Natal foi a azáfama de costume com a compra dos presentes, a chegada da minha mãe, os passeios para apreciar as decorações natalícias e as tardes em casa nos dias 24 e 25...

A minha mãe ficou connosco até dia 26 e depois tiveram que ir a Lisboa. No dia 27 quando regressavam de Lisboa para a Covilhã tiveram um aparatoso acidente perto de Santarém... O meu padrasto perdeu o controlo do carro, entraram em pião e acabaram na valeta com o carro caporado, mas Graças a Deus eles não tiveram nada... No entanto chegou para o susto... Mas pronto, no meio do susto resta-nos o conforto de nos falarmos e sabermos que está tudo bem...





As nossas (verdadeiras) férias de Verão 2020

Uma vez que estávamos de praias fechadas e limitações nas deslocações pelo país pouco mais pudémos fazer do que ficar em Tanger. Para variar...