20 junho 2017

Quando tudo estava verde

Há 7 anos atrás passámos uma semana maravilhosa onde o sabado passado ocorreu uma das maiores tragédias do nosso país... Ontem recordava isso com um dos amigos que nos acompanhou. Visitamos quase todas as praias fluviais nessa zona e passámos também um dia na Piscina das Rocas em Castanheira de Pera, de onde vinha a maior parte das vítimas. Os miudos eram tão pequeninos e foi a primeira vez que acamparam...Ficarão sempre essas memórias...aqui, aqui e aqui

Dos incêndios

Tenho assistido pela televisão a tragédia que aconteceu em Portugal com o incêndio de Pedrógão e não tenho palavras para exprimir o sentimento de dor, pena e solidariedade para com as pessoas envolvidas, desde as vítimas, familiares, habitantes, bombeiros... enfim, toda a gente que viveu e assistiu àquele inferno...

Sei por experiência própria, ainda que numa dimensão que não tem nada a ver com o que se passou em Pedrógão, o medo, o pânico e o sentimento de impotência perante o monstro que é o fogo. No verão passado tive a experiência de o ter também à porta de casa. 
O que começou com um pequeno foco transformou-se num imenso susto.

Uma manhã começamos por ver umas colunas de fumo na nossa zona. Nesse dia íamos almoçar aos meus sogros e tinhamos previsto uma tarde de cinema com os miudos. Antes de irmos para casa dos meus sogros resolvemos verificar por onde andava o fogo que tinha originado as colunas de fumo que tinhamos visto de manhã. Não estava assim tão perto da nossa casa e ainda estava do outro lado do rio. "Não chega lá" disse-me o Ivo para me tranquilizar... 

No fim do almoço chego-me à janela da sala e nem queria acreditar onde o fumo já estava. "Está na direcção da nossa casa e não deve andar muito longe", disse eu.
Metemo-nos no carro deixando os meninos com os meus sogros e fomos ver o que se passava. Chegámos a casa e não vimos nada mas continuamos mais 600 metros e lá estava ele, a ameaçar a casa de um vizinho nosso.

Só me lembro de ver outros vizinhos com moto-serras na mão, que tinham acabado de cortar alguns pinheiros que poderiam colocar a casa em risco e ouvir gritos. Muitos gritos de aflição! Uns a pedir agua, outros a pedir que ligassem novamente para os bombeiros, outros de horror mas os que mais me impressionaram foram os da minha vizinha, desesperada que não encontrava a filha. Afinal a moça já com 16 anos tinha resolvido por os cães a salvo, levando-os para casa de familiares e na pressa não avisou a mãe onde ia...

Foi a primeira vez na minha vida que tinha estado tão próxima de fogo e que tinha tremido de medo e impotencia por esta razão...







Aqui o reencontro entre mãe e filha

Com a chegada dos bombeiros e a ajuda dos vizinhos o fogo foi apagado, a casa ficou a salvo e o fogo continuava lá mais atrás nuns pinhais. 
"Agora é deixar arder", diziam os bombeiros... "Ali não conseguimos chegar. Vamos ficando por aqui só para salvaguardar as casas"

Pareceu-nos que a coisa tinha acalmado, que estava tudo controlado e fomos buscar os meninos e levámo-los ao cinema...
Quando voltámos para casa estava outra vez impossivel... Desta vez, estava a 300 metros, por tras de uma fabrica que fica perto... Os bombeiros vieram ter conosco e o unico que nos disseram foi: "Não temos mais efectivos, precisamos da vossa ajuda. Cada proprietário tem que proteger o melhor que pode as suas casas". Perante aquilo pegámos nas mangueiras e começámos a regar todo o jardim, os telhados e as árvores... De vez em quando eu subia à varanda do primeiro andar para ver como estavam as coisas e como evoluía e assustava-me muito ver as folhas de eucalipto a arder, a voar em varias direcções, o que podia provocar outros focos de incendio muito rapidamente.

Estivémos até às 6 e meia da manhã de pé, de vigia, até que por aquela zona o fogo foi apagado...
Os meninos não sairam de casa. Tentámos acalmá-los sem nunca lhes demonstrar a verdadeira dimensão do fogo que estava ali mesmo ao lado de casa. Mesmo assim eles estavam super assustados e pediram-me que queriam dormir conosco. A minha afilhada Filipa também estava conosco. Foram buscar os colchões de campismo e montaram acampamento no meu quarto nessa, e nas duas noites que se seguiram.


Esta foto foi tirada do meu jardim, na noite que ficámos de vigia.


Esta foto foi já no dia seguinte... Ainda ardia mas mais longe...

13 junho 2017

Visitas

Pois na sexta feira passada tive uma surpresa muito agradável. Recebo uma sms a dizer: "...Hola amigos!!! Estamos em Tanger...". Era dos nossos amigos que no final do ano tinha partido para a Argélia!!! Os meninos terminaram o colégio e antes de partirem para França de férias, vieram uma semana matar saudades a Tanger. Tanger é de facto uma cidade que marca toda a gente que por cá passa e as recordações das vivencias passadas são tão boas que toda a gente quer voltar...
Durante a sua visita os nossos amigos instalaram-se numa casa que fica numa das praias mais giras e resguardadas de Tanger e convidaram os amigos para que fossem passar um bocado agradável e matar saudades dos tempos que eles cá viveram. E no domingo lá fomos nós passar a tarde com eles. A intenção era regressar a tempo de o Ivo poder assistir à Formula 1 que começava às 7, mas depois acabámos por ficar lá até ao por do sol. 
A temperatura estava fantástica, estava um grupo super agradável, os miudos e os papás divertiram-se imenso com jogos e nas ondas (bem agitadinho estava o mar), enquanto as mamãs punham a conversa em dia na varanda da casa que ficava em cima da areia e com a água a chegar à porta por causa das ondas.
Era impensável regressar a casa sem aproveitar aquele sitio fantástico e a oportunidade  de poder assistir ao por do sol com aquela vista maravilhosa.
Foi sem dúvida uma tarde muito bem passada em familia, com direito aos mimos todos que as saudades já provocavam... Obrigada meus amigos! Voltem sempre que gostamos muito de vos cá ter!!!



Os miudos e os papás a jogar ao Chinquilho





O magnífico por do sol


08 junho 2017

Ftour

Tal como já tinha explicado aqui no outro dia, o Ftour é o momento em que os muçulmanos quebram o jejum efectuado durante o dia e se reunem a comer com as suas familias e amigos.

Ontem fomos convidados pelos nossos queridos amigos Shara e Moussa para partilhar o seu Ftour e aceitámos com imenso gosto. Primeiro porque gostamos muito deles e depois, falando por mim adoro a comida marroquina que é servida nesta ocasião.

A propósito da ocasião vesti-me a rigor para a noite :) Não foi nada muito produzido, pois em Ramadão reina a simplicidade sem grandes maquilhagens e apenas um toque muito leve de perfume, mas fiz questão de usar uma "Gandora" apropriada para usar neste tipo de evento.

A Maria também levou a sua "Djelaba" que lhe fica super bem e os nossos amigos adoraram o pormenor desta escolha da roupa.
Foi sem duvida uma noite super agradável!!!

06 junho 2017

Praia

A temperatura por estes lados tem estado fantástica. Um calorzinho agardável sem nada de altas temperaturas nem abafos. Por isso aproveitámos o fim de semana para ir à praia e apanhar um bocadinho de cor. Não ficamos muitas horas pois não convém abusar muito ao inicio mas soube pela vida.

As praias nesta altura do ano são super agradáveis pois como os muçulmanos não as frequentam em tempo de Ramadão, isso faz com que estejam quase vazias, super calmas e quase exclusivamente ocupadas por expatriados. O que é bom porque estamos tranquilos apesar de encontrarmos sempre amigos, o que permite dar duas de conversa e assim o tempo passa a correr. Para os miudos também é bom pois não se aborrecem e acabam por ter companhia para as brincadeiras.

Eu gostei e a ver se começo a ganhar uma corzinha pelo menos nas pernas pois parece que faço reclame à Lixívia ehehehehe


As nossas (verdadeiras) férias de Verão 2020

Uma vez que estávamos de praias fechadas e limitações nas deslocações pelo país pouco mais pudémos fazer do que ficar em Tanger. Para variar...